Não existem dificuldades de
interação da parte do Autista, existe a dificuldade do neurotípico em
aceitar as diferenças e insistir em interagir exigindo que o Autista se
comporte como se fosse neurotípico para interagir, o que é errado, não é
o Autista quem tem de se adaptar ao neurotípico para entendê-lo e poder
interagir com ele, éo neurotípico quem tem que aceitar as diferenças,
compreendê-las (mas não como se estas fizessem o Autista inferior ao
neurotípico,o que NÃO É verdade) e se adaptar ao modo de ser do
Autistae buscar algum nível de compatibilidade.Então , se existe alguma
dificuldade de interação social de Autistas com neurotípicos, a
dificuldade que existe de interaçãoé a do neurotípico, afinal,
neuirotípicos tem grande facilidade de interação com neurotípicos, a
ponto de pressucor , e esperar do Autista, e de todos com que interage,
aquele comportamento neurotípico que ele já conhece. É uma limitação,
uma barreira neurotípica a ser superada,;sair da zona de conforto e
comodismo, parar de ter espectativa de comportamento neurotípico dos
Autistas,e se lançar a novos experimentos, novas formas de ver o mundo e
de pensar o mundo, umnovo raciocínio, diferente, que se traduza numa
linguagem diferente, que sirva de inteface entre ele /ela e o/a
Autista.Enquanto neurotípicos não se amadurecerem neste sentido e
nãodeixarem ego, vaidade eorgulho para trás, e não tentarem quebrar a
barreira da espectativa neurotípica, esta dificuldade de comunicação vai
existir. E pq o Autista não deveria fazer a mesma coisa?Pq o diferente é
ele, a maioria é o neurotípico e quem tem de incluir é o neurotípico,
e, inclusive, muitos autistas tentam ajudar neurotípicos a quebrar esta
limitação e esta barreira, esta forma de incompreensão, masmuitas vezes
não são compreendidos e os neurotípicos não conseguem identificar estas
tentativas, básicamente pq estão ocupados tentando inútilmente arrumar
uma maneira deo Autista se comunicar e interagir de forma neurotípica,
esquecendo-se das diferenças.
Cristiano Camargo
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