segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A Ditadura do Bullying-Parte 2



Este mesmo machismo  também afeta de modo cruel os agredidos, em que a Sociedade lhes cobra atitudes “Macho Man” e se defender e que saia por aí batendo nos outros.

Rumos da Sociedade em relação ao Bullying

Mas uma Sociedade de Rambos, Swarzeneggers e Chuck Norris não é uma Sociedade Civilizada, nem é uma Sociedade mais, é um Império da Violência, faroeste bang bang, terra sem Lei,é uma babárie tão tosca e rudimentar que nos leva a pensar: Para que evoluímos de Australopitecos para Homo Sapiens?Para virarmos Australopitecos de novo?Para sermos trogloditas em que só os agressores tem direito de agredir e os agredidos tenham a obrigação de se conformar, abaixar a cabeça e sofrer calados, sem reação, se anulando?O agredido se matar, tudo bem então, ele será execrado como monstro na Sociedade e o agressor receberá palmas, proteção e impunidade e os alienados dirão que foi “uma fatalidade”, um “ fato isolado” e que o agredido era “um fraco, um covarde, um doente incapaz de se proteger, um coitadinho”, só para proteger e blindar o agressor, nunca levando em conta a barbaridade de covardia que é o Bullying.
Agora o agredido responder ‘as ofensas, agredir de volta o agressor para se defender, ou até se vingando matando o agressor, a Sociedade acha absurdo, covarde, monstruoso, e predispõe-se a punir só o agredido , nunca os agressores e suas famílias. Desumanizam o agredido, mas os agressores que o levaram a isto, eles santificam. As famílias dos agressores nunca pode ser julgada, a família do agredido pode, será julgada e condenada por todos.
Enquanto as pessoas acharem que outras pessoas sejam “esquisitas/estranhas” e acharem que isto basta e justifica para que sejam ridicularizadas, humilhadas, agredidas, e imporem a Ditadura do Bullying, onde é permitido agredir e é proibido se defender ou se vingar, seja de qual forma for, o problema continuará e será eternizado e continuará naturalizado e “justificado” na Sociedade.

Então, onde está o Problema?

O que é preciso entender é que o problema não é o agredido  e sim o agressor. É preciso entender que o problema não é o agredido “não saber/ser incapaz de se defender” e sair dizendo por aí que isto seja um sintoma, uma doença,uma deficiência, um déficit, uma “incapacidade de viver em sociedade”, uma “inadequação ‘a Sociedade”, um “comportamento inadequado”, o problema é o agressor e sua violência, seu preconceito, sua diversão e prazer em agredir, humilhar.
Então psicólogos vão querer tratar a vítima, e tentar fazê-la se conformar e  “aprender a lidar com sua situação” , nunca tratando sequer de seu complexo de inferioridade desenvolvido por culpa do Bullyng, portanto do Agressor;mas não vão querer tratar os agressores, pois este sempre serão poupados sob o manto, guarda chuva protetor do rótulo  de serem “normais”.
Então psiquiatras idem, vão encher o agredido de remédios para tentar evitar que se matem, assim poderão prolongar seu sofrimento e continuar sofrendo Bullying para os agressores fazerem a festa.
Claro que os agredidos merecem e devem ser beneficiados por terapia e apoio, mas quem mais precisa, e nunca ou quase nunca é tratado é o agressor, o Praticante de Bullying. E pode-se dizer: é muito mais difícil para um terapeuta conseguir que um Agressor deixe de agredir do que conseguir que uma vítima de Bullyng, já intensamente fragilizada, pois já lhe tiraram tudo, a se conformar e não se matar.

Um pouco das Origens Sociais do Bullying

A origem do Bullying e a inclusão dele na “normalização” da Sociedade tem raízes antigas e vem permeando a Humanidade desde os tempos dos Autralopitecos.
“Então o Bullyng é natural, faz parte da essência humana e da Sociabilidade” podem argumentar alguns.
Acontece que nem tudo que é Natural é moral ou correto.
A evolução social correta é ir da barbárie, do faroeste para a Civilização, para o sensível, para o contemplativo, para o pacífico e harmonioso.Então, para evoluir, precisamos mudar a própria Natureza da Sociedade e colocar outros comportamentos como os naturais, os morais, os corretos e tornar isto Lei.

Considerações Finais:

O certo não é a vítima de Bullying ter de aprender a lidar com o Bullying e não reagir. Isto é uma bomba relógio que, como vimos no caso de Goiás, uma hora explode, pois guardar para si é muito perigoso.
O certo é a agressão não existir, é não existirem mais Praticantes de Bullying e para isto é necessária uma intensa e continuada, a longo prazo, Conscientização Social. Trabalhar o Agressor para não mais agredir e o Respeito ‘a Diversidade Humana e ‘a Pessoa Humana passar a imperar.
Punir o Bullying, especialmente nos casos mais graves também é fundamental para instituir uma Lei que não seja da Violência e uma Ordem que não seja a da Submissão e Humilhação. A “Lei do mais forte” na verdade é uma Ditadura fascista e primitiva que já não deveria existir mais nos meios humanos há muito tempo.
Só então poderemos considerar que termos evoluído. E casos como os de Goiás nunca mais se repetirão.

Cristiano Camargo

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