“Uma
Autista disse que se a Neurodiversidade fosse natural, Autismo não seria uma
Deficiência;
O
outro Autista lhe respondeu que o Autismo não é uma deficiência justamente porque
a Neurodiversidade faz parte natural da infinita diversidade da Natureza humana,
pois o Autismo é parte integrante da Diversidade Normal Humana, não um
acontecimento impeditivo permanente”
Para muitas pessoas Não-Autistas, especialmente
as leigas , que não tem um filho ou um parente Autista, e mais especialmente
ainda par as famílias que acabaram de receber um diagnóstico de Autismo para
seu filho ou sua filha, e não entendam nada deste assunto,o Autismo pode
parecer assustador, ainda mais quando este diagnóstico é dado por maus
terapeutas, os chamados “Terapeutas-Geladeira”, frios, cruéis e insensíveis,
que transformam a consulta da notícia do diagnóstico em um verdadeiro filme de
terror para os pais, em especial para as mães, que saem do consultório se
sentindo deprimidas, chorando, perdidas e desesperançadas depois de ouvir deles
que seu filho nunca falará, nunca olhará nos olhos, nunca ter amigos, nunca
namorará, tem “atraso cognitivo”, nunca irá aprender nada, nunca terá potencial
para nada, nunca terá capacidade para nada e nada se pode fazer a não ser
manter ele infantilizado para o resto da vida, por que o médico acredita que o
Autista ficará uma eterna criança até morrer e nunca amadurecerá, nem se
desenvolverá, nem superará nada, e ele diz isto claramente a ela, com uma
certeza perversa e um brilho maléfico nos olhos, a boca séria, mas louca para
uma gargalhada de vilão. E ainda receita remédios psiquiátricos pesados e
viciantes para criancinhas pequenas.
Só que é mentira do médico. Só que a realidade
não é esta, só que o médico está errado, e o pior, muitas famílias acreditam
piamente neste tipo de médico e seguem fielmente as orientações dele para
manter o filho eternamente infantilizado, parado no tempo até sua morte.
A questão, é a de que Autismo não é doença, nem
síndrome, nem desordem, nem disfunção, nem perturbação.Autismo é, na verdade,
uma Diferente Natureza de Ser, perfeitamente saudável e equivalente ‘a
Neurotipia ( “Normalidade”). A diversidade humana é gigantesca, e o Autismo não é uma discrepância de desvio
da “Normalidade” . Não. O Autismo faz parte da diversidade normal, natural da Humanidade, é apenas mais uma variedade de
Ser Humano, sadio como todos os outros. Porém, não existe um único Autismo
padrão, rígido, mas milhares, milhões de Autismos diferentes entre si, e é aí
que entra a tão famosa Neurodiversidade.
E por que neuro? Por que Autistas tem uma
estrutura e uma arquitetura celular cerebral diferente da das outras pessoas.
Diferente, mas natural, diferente, mas sadia. Esta Diferença faz com que
Autistas tenham algumas vantagens e qualidades em relação ‘as Não-Autistas:
maior plasticidade cerebral (a capacidade do cérebro regenerar partes
faltantes, ou caminhos nas conexões das células entre si que não sejam ainda
muito eficientes ou ainda não estão completas, e a criação de novos caminhos
alternativos mais eficientes, se adaptando a novas situações) ; maior
capacidade de concentração mental; raciocínio complexo e sofisticado,
sensibilidade e empatia notáveis, além de uma criatividade espetacular.
E o que diz a Neurodiversidade? Ela prega que o
Autismo é parte natural da variabilidade humana, e que, em si, tem uma
gigantesca diversidade, milhares, milhões de Autismos, e não apenas três categorias,
como o DSM e o CID apregoam. E,
principalmente, que estas variedades são incomparáveis entre si. Explico: na
visão tradicional científica do Autismo, os pesquisadores classificam o Autismo
em três categorias: “Leves”, “Moderados” e “Severos”. Quando se faz este tipo
de classificação, se está comparando as três variedades entre si e se está
estabelescendo qual a melhor, superior, e qual a pior, inferior, de modo que
estes pesquisadores, colocam como referência de comparação eles mesmos, os
seja, os Neurotípicos (“Normais”)e estabelescem que quanto mais próximo dos
Neurotípicos melhor ,superior, menos doente/mais sadio,e quanto mais distante,
pior, inferior, mais doente, assim eles consideram os “Leves”
melhores/superiores aos “Severos”.
Já os adeptos da Neurodiversidade veem as coisas
de um modo diferente: para a Neurodiversidade, o tal “espectro do Autismo”
(“Leves”/ “Moderados”/ “Severos”)simplesmente não existe ! Para ela, existe
apenas a Diversidade Humana, e dentro desta, a tremenda Diversidade Autista,
com milhões de Autismos e Autistas muito diferente entre si, variedades estas
que não podem e não devem ser comparadas entre si, e também, que, por fazerem
parte da diversidade humana natural e normal, e serem tão diferentes , Autistas
não devem nunca serem comparados com Neurotípicos. E que Neurotípicos não podem
ser usados como padrão, referência de comparação com nenhuma outra
variedade/diversidade humana. E que Autismo não é uma condição, mas uma forma
de variabilidade normal humana. Assim, não se desse falar em “retardo
mental/cognitivo”, nem em “atraso mental/cognitivo” e sim ,considerar que o
Processo de Amadurecimento/Desenvolvimento Autista é completamente diferente
daquele que ocorre com os Neurotípico, mas ainda assim, ambos são equivalentes entre si.A Neurodiversidade
mostra que todas as variedades de Autismo tem grandes diferenças entre si, que
cada caso é um caso, mas que todos são equivalentes entre si, seja em
qualidade, status, capacidades e potenciais.Por isto mesmo ela condena qualquer
tipo de classificação ,hierarquização ou categorizações do Autismo. É uma idéia
nova, revolucionária, positiva,ainda muito polêmica, mas não morde.O Preconceito
leva as pessoas a estas comparações e classificações e com isto ele desumaniza
os Autistas e tenta transformá-los em monstros alienígenas.Defender o “espectro
do Autismo” é uma forma de intolerância e incompreensão do que é realmente o
Autismo e da beleza que ele encerra em si, especialmente expressa em seu rico e
complexo Mundo Interno de Fantasia, o grande trunfo dos Autistas para a
superação e o sucesso na vida.A idéia desta classificação é injusta e induz a
invejas, egos inflados, coitadismos e lamúrias sem fim.E leva ‘a não aceitação
do Autismo, e ao ódio insano e irracional ao Autismo, que é um dos grandes
responsáveis, com seu brilhante processo de desenvolvimento específico, pelo
progressos e sucesso dos Autistas na vida, e não promove o entendimento da
visão do Autismo como algo natural, positivo, parte da diversidade normal
humana, enfim, snão agrega nada, não leva a nada de bom, só prejudica.
O Autismo e sua Neurodiversidade não são
monstros, nem são difíceis de entender.Basta estar aberto(a) a novas idéias e
olhar o Autismo com os olhos do coração, não com os olhos do ego e do orgulho
de não querer aceitar uma nova visão. Se a pessoa não aceita novas idéias ,não
as inclui e as critica ,ataca e as combate de modo sistemático, como vai ela incluir
o Autista na Sociedade?
Cristiano Camargo
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