"Não
existe um atleta vencedor sem um bom treinador!"
Como um pai deve ver seu(sua) filho(a) Asperger e qual a direção a tomar na hora de educar sua criança?
Bom, não posso, como sempre generalizar,nem falar por todos os filhos Asperger, já que cada caso é um caso e existem muitos fatores influenciantes.
Mas posso citar meu caso como exemplo, que é o que conheço mais profundamente, mesmo por que não cabe a mim julgar como os pais em geral criam seus filhos, mesmo por que isto seria um completo absurdo.
Quando digo, para horror de alguns(algumas) que o diagnóstico tardio em muitos casos pode ser benéfico e até fundamental para a superação em alguns deles,é por que minha experiência de vida como Asperger e filho me autorizam e me dão embasamento para afirmar isto.
Hoje em dia acredito que um dos fatores do sucesso de minhas superações foi justamente o fato de que, desde quando eu era criança meu pai sempre ter me tratado exatamente do mesmo jeito que os meus irmãos, com o mesmo rigor, severidade e exigências naturais de um pai, afinal, amor de pai não é um amor incondicional como de mãe, mas um amor exigente, que impôe limites e ensina valores. Nem por isto é menos amor, nem tem menos valor,ou menos válido, pelo contrário,é fundamental para a criança amadurecer.
Na época o diagnóstico sequer existia e ele sabia que de alguma forma eu era diferente, desconfiava de algum tipo de autismo, mas decidiu-se a tratar-me exatamente como os meus dois outros irmãos e a não fazer diferenças.E hoje penso, após amadurecer:será que eu teria superado tudo o que superei se tivesse sido tratado como um coitadinho, sendo super protegido e poupado de todos os traumas possíveis?Se tivesse sido tratado com condescendência, mimos e privilégios, ou até sem limites?
Para mim a resposta é clara:Não !
Penso que o Asperger precise de desafios,limites, barreiras e obstáculos para poder crescer, amadurecer, superar, aprender.
Isto é claro que impõe sofrimentos, angústias e depressões, mas também gera gana, garra, força de vontade para superar e vencer.
Se tudo for dado a ele de bandeja,ficará um ócio, um vazio, uma falta de sentido em sua vida, pois faltará um objetivo a alcançar, que lhe fará muito mal e ainda corre o risco de ele se acomodar eternamente naquela situação.E ele também não conhecerá limites de valores e comportamentais, o que pode gerar distorções e problemas comportamentais sérios, difíceis de tratar depois.
Algumas vezes não fazer diferença é fazer a diferença!
Então , para que o Asperger(e diria até o neurotípico também) poder crescer, aparecer, evoluir, aprender, superar, é necessário uma base sólida em cima da qual se apoiar,pois ninguém se levanta sem um chão para se firmar.E este solo não pode ser pantanoso, movediço.
A partir desta base firme e confiante, segura de si,que é o papel do pai que ele deve excercer na vida de sua criança,é com a própria criança, que deve decidir seus próprios caminhos,e cabe a ela,em consequência,reagir ou se deixar derrotar.Mas cabe ao pai apoiar, só que não acariciando a cabeça e consolando, mas agir como um treinador exigente para com seu atleta e incentivá-lo com entusiasmo, persistência e rigor, e é assim que ele vai ajudar o filho a se levantar , sacudir a poeira e dar a volta por cima, superar , vencer !
E isto não tem limite de idade para acontecer, pai e filho serão pai e filho a vida toda em que conviverem juntos.É uma linda ligação que nunca se desfaz!
Então penso que no fim, só tenho que reconhecer que ele , na vida dele, tomou as decisões corretas,que podem não ter sido as mais mimadas ,doces e superprotetoras(nem fáceisnem um pouco, nem para mim nem para ele),mas que foram eficientes a longo prazo.Demorei a entender e cooperar com elas, é verdade, mas nem cabe culpa a ninguém.Tive o privilégio desta base sólida e deste Treinador para a Vida rigoroso, que hoje sei que não são todos que tem ou tiveram, e só tenho a agradecer, afinal, mais do que tudo, valeu a pena, afinal, aqui estou de pé, e continuo a subir e escalar a Montanha da Vida,com determinação, lembrando sempre que o sentido de subir não é chegar ao topo, pois ele não existe, mas subir o quanto puder e vislumbrar lá do alto, contemplar a paisagem do passado e o horizonte do futuro , e me sentir tão alto quanto a montanha,sentindo os ventos do sucesso no rosto e no coração; e sinceramente espero que quando este dia chegar, eu não esteja contemplando sozinho, mas abraçado com meu pai diante de mais um por do Sol!
Como um pai deve ver seu(sua) filho(a) Asperger e qual a direção a tomar na hora de educar sua criança?
Bom, não posso, como sempre generalizar,nem falar por todos os filhos Asperger, já que cada caso é um caso e existem muitos fatores influenciantes.
Mas posso citar meu caso como exemplo, que é o que conheço mais profundamente, mesmo por que não cabe a mim julgar como os pais em geral criam seus filhos, mesmo por que isto seria um completo absurdo.
Quando digo, para horror de alguns(algumas) que o diagnóstico tardio em muitos casos pode ser benéfico e até fundamental para a superação em alguns deles,é por que minha experiência de vida como Asperger e filho me autorizam e me dão embasamento para afirmar isto.
Hoje em dia acredito que um dos fatores do sucesso de minhas superações foi justamente o fato de que, desde quando eu era criança meu pai sempre ter me tratado exatamente do mesmo jeito que os meus irmãos, com o mesmo rigor, severidade e exigências naturais de um pai, afinal, amor de pai não é um amor incondicional como de mãe, mas um amor exigente, que impôe limites e ensina valores. Nem por isto é menos amor, nem tem menos valor,ou menos válido, pelo contrário,é fundamental para a criança amadurecer.
Na época o diagnóstico sequer existia e ele sabia que de alguma forma eu era diferente, desconfiava de algum tipo de autismo, mas decidiu-se a tratar-me exatamente como os meus dois outros irmãos e a não fazer diferenças.E hoje penso, após amadurecer:será que eu teria superado tudo o que superei se tivesse sido tratado como um coitadinho, sendo super protegido e poupado de todos os traumas possíveis?Se tivesse sido tratado com condescendência, mimos e privilégios, ou até sem limites?
Para mim a resposta é clara:Não !
Penso que o Asperger precise de desafios,limites, barreiras e obstáculos para poder crescer, amadurecer, superar, aprender.
Isto é claro que impõe sofrimentos, angústias e depressões, mas também gera gana, garra, força de vontade para superar e vencer.
Se tudo for dado a ele de bandeja,ficará um ócio, um vazio, uma falta de sentido em sua vida, pois faltará um objetivo a alcançar, que lhe fará muito mal e ainda corre o risco de ele se acomodar eternamente naquela situação.E ele também não conhecerá limites de valores e comportamentais, o que pode gerar distorções e problemas comportamentais sérios, difíceis de tratar depois.
Algumas vezes não fazer diferença é fazer a diferença!
Então , para que o Asperger(e diria até o neurotípico também) poder crescer, aparecer, evoluir, aprender, superar, é necessário uma base sólida em cima da qual se apoiar,pois ninguém se levanta sem um chão para se firmar.E este solo não pode ser pantanoso, movediço.
A partir desta base firme e confiante, segura de si,que é o papel do pai que ele deve excercer na vida de sua criança,é com a própria criança, que deve decidir seus próprios caminhos,e cabe a ela,em consequência,reagir ou se deixar derrotar.Mas cabe ao pai apoiar, só que não acariciando a cabeça e consolando, mas agir como um treinador exigente para com seu atleta e incentivá-lo com entusiasmo, persistência e rigor, e é assim que ele vai ajudar o filho a se levantar , sacudir a poeira e dar a volta por cima, superar , vencer !
E isto não tem limite de idade para acontecer, pai e filho serão pai e filho a vida toda em que conviverem juntos.É uma linda ligação que nunca se desfaz!
Então penso que no fim, só tenho que reconhecer que ele , na vida dele, tomou as decisões corretas,que podem não ter sido as mais mimadas ,doces e superprotetoras(nem fáceisnem um pouco, nem para mim nem para ele),mas que foram eficientes a longo prazo.Demorei a entender e cooperar com elas, é verdade, mas nem cabe culpa a ninguém.Tive o privilégio desta base sólida e deste Treinador para a Vida rigoroso, que hoje sei que não são todos que tem ou tiveram, e só tenho a agradecer, afinal, mais do que tudo, valeu a pena, afinal, aqui estou de pé, e continuo a subir e escalar a Montanha da Vida,com determinação, lembrando sempre que o sentido de subir não é chegar ao topo, pois ele não existe, mas subir o quanto puder e vislumbrar lá do alto, contemplar a paisagem do passado e o horizonte do futuro , e me sentir tão alto quanto a montanha,sentindo os ventos do sucesso no rosto e no coração; e sinceramente espero que quando este dia chegar, eu não esteja contemplando sozinho, mas abraçado com meu pai diante de mais um por do Sol!
Cristiano Camargo
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