quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A nascente e perversa Indústria da "cura" do Autismo


.Muitos pais e mães (neste contingente inclusos/as os/as que odeiam o Autismo) tem ansiado exasperadamente por uma "cura" do Autismo (como se ele precisasse de alguma, ou se ela existisse, o que não ocorre) , e pressionado pesquisadores e laboratórios farmacêuticos, além de terapeutas , para buscar tal "milagre" (que na verdade é querer transformar autista em neurotípico, o que por si só é uma coisa execrável e eugenista). Tudo isto, inclusive esta intensa movimentação nas Comunidades de Autismo, tem atraído a atenção de pessoasoportunistas que querem lucrar com tais anseiose dar uma resposta tão imediatista quanto falsa . Assim, tem muita gente que está vendo na suposta "cura" do Autismo uma verdadeira mina de ouro:empresas montando "métodos" milagrosos e caríssimos, laboratórios sintetizando falsas drogas "milagrosas" baseadas em falsas pesquisas idem, encomendadas a peso de ouro,certos doutores picaretas inventando falsas terapias "milagrosas", falsos escritores fazendo livros "milagrosos" sobre "curas", olha, toda uma indústria está sendo criada para explorar este "filão", na crença de que (para eles) Autismo é lucrativo ! Ha, eu quero ver qdo os pais e os próprios autistas descobrirem que foram enganados e assaltados e usados para ganhar fortunas, e, ainda pior, quando autistas começarem a morrer depois de ingerir tais produtos ou passar por tais métodos/terapias.Talvez apenas qdo pais e mães começarem a perder seus filhos percebam e deem um basta nesta indústria perversa.Só que aí...aí será tarde demais !

Cristiano Camargo

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Como funciona o Raciocínio Autista




Muitos pesquisadores neurotípicos  acusam os autistas de terem um “delay” (atraso) de compreensão em relação ‘as outras pessoas e a intenção por trás desta falácia é , no fundo, nos acusar de sermos menos inteligentes que eles, portanto, inferiores a eles. Hoje demonstrarei a falsidade desta afirmação deles e os desmentirei com os fatos do Conhecimento do Lado de Dentro do Autismo, e mostrarei por que  esta interpretação neurotípica está equivocada:
Entender que haja um atraso, ou mesmo que seja uma pausa para inventar uma mentira é ser muito neurótico e é má fé, ser maldoso. Agora, meus caros e minhas caras leitores(as), é preciso que eu lhes explique certas características do funcionamento da Mente Autista: A Mente Autista , por lidar com um Mundo Interno de Fantasia muito sofisticado e detalhado, é também muito complexa e organizada. Por isto, nós  Autistas usamos uma quantidade muito maior de informações para montarmos os nossos raciocínios e argumentos do que as outras pessoas para o mesmo assunto. Não somos pessoas superficiais, não gostamos da síntese, do resumo, gostamos de detalhar e explicar com primor. Assim sendo, nós coletamos as informações via ouvidos ou olhos , as catalogamos, classificamos, e organizamos e recorremos 'a memória e a conhecimentos que já dispúnhamos, para montarmos um raciocínio, um argumento , perfeitos, bem explicadinhos, Muitas vezes, instintivamente, nós aguardamos mais informações chegarem de quem estamos ouvindo, para completar nossa argumentação, pois queremos que as pessoas entendam em todos os detalhes e queremos que não haja erros nem pontos fracos aos outros para explorar. Então demoramos mais para responder que a média dos neurotípicos, que, por serem, na sua maioria, pessoas superficiais, preferem um argumento simples e rápido (ansiedade e neurose agindo) sem se preocuparem se o raciocínio deles está bem montado, se não faltam informações ou se serão fáceis de ser batidos. Por isto que Autistas com frequencia vencem debates com neurotípicos (NT´s para resumir), pois são poucos os NT´s que se preocupam estratégicamente em não deixar brechas para críticas para o /a rival rebater, criticar. E nós fazemos isto porque nós exigimos muito de nós mesmos e não nos perdoamos, não nos damos ao luxo de errar, não queremos cobranças de nossos Juízes Interiores e Ditadores Interiores, nem ser punidos por eles. E tudo isto que descrevi fazemos quase sempre inconscientemente, sem, na maioria das vezes percebermos, pois todo este esquema trabalha em segundo plano, geralmente longe da consciência, e, quando nos damos conta, já fizemos, pois é algo de nossa própria natureza. Então, NT´s que pesquisam interpretarem esta nossa característica como se fosse um Delay, é atribuir a ela um defeito, um sintoma, uma desvantagem, que não existem. É interpretar neuróticamente e maldosamente uma característica que na verdade nos é vantajosa (Inveja?) . E os NT´s colocarem esta interpretação neurótica , ansiosa e maldosa num artigo científico como se fosse uma verdade, é puro e simples mau-caratismo do pesquisador. O problema é que o público leigo, (autista inclusive) tem uma tendência a endeusar estes pesquisadores e achar que o que eles falam seja a verdade, quando  na verdade eles estão sendo preconceituosos e maldosos com o público e o enganando. E estas pesquisas acabam sendo propaganda enganosa por quê? Por que elas nunca levam em conta os Conhecimentos do Lado de Dentro do Autismo, como dei uma amostra deles aqui nesta resposta, a vc. Quando a pessoa passa a entender como realmente a Mente Autista funciona por dentro, não fala mais em delays. Então é isto: quando de uma conversa, as pessoas tem 2 opções: pensar rápido, superficial e rasteiro, dizendo qualquer coisa, mesmo que não muito lógica só para agradar e não deixar a pessoa esperar, ou pensar meticulosamente e atentar aos detalhes, abastecendo os argumentos com boa fundamentação e informações abundantes e de qualidade, para uma argumentação impecável e vencer o debate. Nós, Autistas, ainda que inconscientemente e sem percebermos, escolhemos a segunda opção. Aliás, nossa Natureza de Ser escolheu a segunda opção. Enquanto muitos  NT´s optam pela pressa e pelo fazer de qualquer jeito, nós optamos pelo caprichado -e capricho sempre demora mais. Afinal, é muito mais gostoso o bolo que fica mais tempo no forno, tem cobertura, chantilly, morangos, cerejas e nozes picadas, do que o bolo sem recheio, sem cobertura, meio cru, feito 'as pressas...e o bolo caprichado e mais gostos sempre vai demorar mais tempo por que demanda mais tempo e trabalho para fazer, mas premia muito mais a quem o saboreia !

Cristiano Camargo

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Por que ser contra as pesquisas das causas do Autismo




Por que ser contra a busca pelas origens ou causas do Autismo

Autismo não é doença, não é síndrome, não é transtorno, não é desordem, não é disfunção, não é perturbação. Autismo é uma diferente Natureza de Ser e faz parte da variabilidade e diversidade naturais humanas. E toda "busca por origem ou causa" do Autismo é na verdade um eufemismo, pois esconde e maquia a realidade, escondendo que na verdade se trata de uma busca por uma culpa, um bode expiatório para a existência do Autismo, numa mentalidade típicamente patologizante, esconde um viés altamente eugenista e higienista, preconceituoso, pois a intenção ao "descobrir a causa" é evitar que novos autistas nasçam e tentar converter os Autistas já existentes em neurotípicos, um pensamento deveras fascista , eugenista e genocida.Por isto defendo que as pesquisas para "descoberta da cura/reversão/origem/causa" do Autismo parem imediatamente,! Aliás, é bom que se explique: "Reverter"? Reverter para o quê, se as pessoas já nascem autistas, nunca foram, desde a concepção, neurotípicos para depois "se tornarem" Autistas? Não há para o quê reverter, esta idéia eugenista e genocida de "reversão" parte de uma premissa tão errada, equivocada, qto preconceituosa: a de que o certo era as pessoas nascerem todas neurotípicas e que o Autismo fosse uma mutação doente e indesejável.Não, a própria Natureza dá provas, e o próprio Darwin (ele mesmo provavelmente Autista) nos mostrou: não há futuro na seleção natural e na evolução, na sobrevivência das espécies, para uma padronização genética, é a diversidade genética que proporciona e levou as espécies, em particular a espécie humana, ao sucesso !Portanto, Autismo não é uma mutação genética anômala, indesejável, não existe "pureza não é doença, não é síndrome, não é transtorno, não é desordem, não é disfunção, não é perturbação.Autismo é uma diferente Natureza de Ser e faz parte da variabilidade e diversidade naturais humanas. E toda "busca por origem ou causa" do Autismo é na verdade um eufemismo, pois esconde e maquia a realidade, escondendo que na verdade se trata de uma busca por uma culpa, um bode expiatório para a existência do Autismo, numa mentalidade típicamente patologizante, esconde um viés altamente eugenista e higienista, preconceituoso, pois a intenção ao "descobrir a causa" é evitar que novos autistas nasçam e tentar converter os Autistas já existentes em neurotípicos, um pensamento deveras fascista , eugenista e genocida.Por isto defendo que as pesquisas para "descoberta da cura/reversão/origem/causa" do Autismo parem imediatamente,! Aliás, é bom que se explique: "Reverter"? Reverter para o quê, se as pessoas já nascem autistas, nunca foram, desde a concepção, neurotípicos para depois "se tornarem" Autistas? Não há para o quê reverter, esta idéia eugenista e genocida de "reversão" parte de uma premissa tão errada, equivocada, qto preconceituosa: a de que o certo era as pessoas nascerem todas neurotípicas e que o Autismo fosse uma mutação doente e indesejável.Não, a própria Natureza dá provas, e o próprio Darwin (ele mesmo provavelmente Autista) nos mostrou: não há futuro na seleção natural e na evolução, na sobrevivência das espécies, para uma padronização genética, é a diversidade genética que proporciona e levou as espécies, em particular a espécie humana, ao sucesso !
Portanto, Autismo não é uma mutação genética anômala, doente, a ser extirpada, "curada", evitada, é uma Diversidade Genética benéfica e necessária 'a sobrevivência e sucesso da espécie humana ! Vamos então, ao invés de ficar buscando origens e causas, nos debruçar sobre o estudo científico da Neurodiversidade?

Cristiano Camargo

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A Importância do Senso Autista





 


Um erro muito comum no lidar de neurotípicos com Autistas, que precisa se prestar atenção para não cometer, é tentar usar o senso comum para tentar entendê-los. Autistas na maioria das vezes não usam o senso comum, usam seu próprio senso, o Senso Autista (o qual não é fixo, mas infinitamente variável). Para os Autistas o que vale não é o fato em si, o que aconteceu, o que a maior parte das pessoas interpretam, mas somente o modo como ELE interpreta o que aconteceu. Mesmo que o mundo inteiro interprete que um fato não seja traumatizzante, não seja de rejeição, incompreensão nem de injustiça, não importa, nem interessa a ele como os outros interpretam, mesmo que sejam maioria, pois para ele, ser maioria não significa necessáriamente estar certo,ele vai considerar que o fato é traumatizante, é de rejeição/incompreensão/injustiça, pq ele SENTE o fato assim. Ele interpreta primeiro com o que sente, depois com o que pensa. E não haverá terapeuta nem ninguém no mundo que o faça interpretar de outra maneira ou a aceitar a interpretação dos outros, é a interpretação dele que vale e a interpretação dele para ele é Lei aprovada, promulgada e colocada em ação.Para Autistas, inclusive, é extremamente comum a filosofia de "estão todos errados e eu é que estou certo". E , se levarmos em conta o relativismo de Pirandello, é por aí mesmo:não existe uma realidade absoluta, mas a realidade de cada um, como cada um a interpreta. Para o Autista, a preservação e a valorização do Senso Autista, de seu próprio senso, é questão de ego , amor próprio, auto estima e auto confiança. Desvalorizar , descartar, minimizar a importância do senso do próprio Autista é mexer negativamente com a auto estima, auto confiança, amor próprio e machucar seu amor próprio e levá-lo 'a se sentir rejeitado, incompreendido, injustiçado , desprezado, como se o que ele sente e o que ele interpreta não valesse nada para as outras pessoas, ou seja, em última anaálise, ele mesmo não valeria nada para ninguém. Assim, isto pode ter como consequencias altamente negativas para ele, a depressão e a angústia, pois ele vai interpretar "se sentir amado/querido" se o senso dele for levado em conta e reforçado positivamente com elogios, pois isto lhe soará como apoio e ele sentirá que não está sozinho no mundo em relação 'a interpretação do mundo e dos fatos que ele faz, e do senso Autista que ele sente. Portanto, é de extrema importância para o bem estar dele, que a família , os terapeutas e educadores deem a devida importãncia (sincera, não fingida, pois ele percebe e sabe distinguir) ao Senso Autista dele, o levem em conta e a sério, o reforcem positivamente e o apóiem, deixando de dar toda esta importãncia que se dava antes ao Senso Comum, pois em muitos casos, para Autistas, ele simplesmente não se aplica.

Cristiano Camargo