quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Autismo e as máscaras sociais

AUTISTAS :


Só neurotípicos usam máscaras sociais!
Não deixe que tentem colocá-las em vocês !
Não queiram usar estas mascaras de "Normal"- elas não servem em vocês- e só fazem mal !
A máscara é uma falsidade, uma mentira, algo covarde por natureza, por que esconde de si e dos outros o que e quem realmente se é.É fazer um jogo de aparências e vaidades , onde se anula o quem se é, o o que se é, para parecer o que as outras pessoas querem que as pessoas sejam.A Sociedade exige que os Neurotípicos usem estas máscaras, para vestirem a fantasia de "Normal", mas na verdade, "Normal" não existe, por que ser normal é ser uma média, e Médias são mentiras, falsas, não existem, só existem na cabeça de quem quer se iludir a si mesmo(a) que seja ele/ela mesmo(a) uma média, quando na verdade, a Diversidade Natural Humana é tão vasta, tão infinita, que torna impossível uma média real existir !
Mas não precisa ser assim !
Autistas, vocês não precisam vestir a máscara de "Normal" !
Joguem esta maldita máscara horrorosa no lixo, e sejam vocês mesmos, mostrem a beleza de serem o que são, para quê esconderem?
Para agradar aos outros e 'as outras e serem aceitos(as)?
Exigir máscaras para ser incluído(a) não é Inclusão, é Exclusão, é Estigma Social, é Preconceito, é Discriminação !
Então, não caiam nesta ilusão!
Vamos todos e todas dar o exemplo para os/as Neurotípicos(as) e mostrar o que eles e elas também deveriam fazer pelo bem deles /delas mesmos(as) !
Este é o caminho para uma Sociedade, uma Realidade mais Inclusiva, Diversa e Feliz !


Cristiano Camargo

máscara é uma falsidade, uma mentira, algo covarde por natureza, por que esconde de si e dos outros o que e quem realmente se é.É fazer um jogo de aparências e vaidades , onde se anula o quem se é, o o que se é, para parecer o que as outras pessoas querem que as pessoas sejam.A Sociedade exige que os Neurotípicos usem estas máscaras, para vestirem a fantasia de "Normal", mas na verdade, "Normal" não existe, por que ser normal é ser uma média, e Médias são mentiras, falsas, não existem, só existem na cabeça de quem quer se iludir a si mesmo(a) que seja ele/ela mesmo(a) uma média, quando na verdade, a Diversidade Natural Humana é tão vasta, tão infinita, que torna impossível uma média real existir !
Mas não precisa ser assim !
Autistas, vocês não precisam vestir a máscara de "Normal" !
Joguem esta maldita máscara horrorosa no lixo, e sejam vocês mesmos, mostrem a beleza de serem o que são, para quê esconderem?
Para agradar aos outros e 'as outras e serem aceitos(as)?
Exigir máscaras para ser incluído(a) não é Inclusão, é Exclusão, é Estigma Social, é Preconceito, é Discriminação !
Então, não caiam nesta ilusão!
Vamos todos e todas dar o exemplo para os/as Neurotípicos(as) e mostrar o que eles e elas também deveriam fazer pelo bem deles /delas mesmos(as) !
Este é o caminho para uma Sociedade, uma Realidade mais Inclusiva, Diversa e Feliz !
Cristiano Camargo

domingo, 12 de agosto de 2018

Autismo e Discernimento

Tem gente que chega para os Autistas e diz : - Nossa, não esperava que um Autista tivesse tanto discernimento ! Meu / minha Amigo(a), vc não esperava pq vc subestima o Autismo e os Autistas e não lhes confere a humanidade natural que todo Ser Humano tem, e se agarra a velhos estereótipos científicos e cinematográficos/ midiáticos.! Autismo NÃO É sinônimo de retardo/ atraso ou incapacidade mental/ cognitiva ! Aliás estes termos são falsos e altamente preconceituosos, pois partem de um princípio equivocado: o de que exista uma mente " normal" a qual todas as outras possam ser comparadas negativamente, o de que exista um desenvolvimento cerebral padrão " normal" , com o qual todas as pessoas e seus desenvolvimentos possam ser comparados negativamente. Tudo isto é MITO, e apenas uma tentativa de justificar um injusto e mentiroso, preconceituoso sistema de Castas Mentais, uma licença para discriminar e inferiorizar, para manipular e subjugar e manter pessoas que são julgadas inferiores/ doentes, sob controle.É aí que as pessoas começam a julgar outras diferentes delas e do padrão arbitrário que quem julga cria ,como problemas.Enquanto Autistas, por exemplo, forem consideradas como pessoas com problemas, nenhuma inclusão será possível.Não tem como incluir sob esta ótica. Nem mesmo disfarçando a expressão " com problemas" usando o eufemismo de " deficiência" -O que o povão leigo entende por " deficiência" , meu amigo, minha amiga, é " pessoa com problemas"/ " pessoa ruim da cabeça". E não pense que vai ser fácil mudar esta acepção da cabeça das pessoas ! E na verdade o problema todo está em as pessoas acharem que Autistas sejam pessoas que tenham algum tipo de problema ( por isto que tanta gente gosta de usar a palavra " pessoa com autismo", pois para elas significa " pessoa com problemas", o que e uma forma de PSICOFOBIA atroz). O verdadeiro problema e as pessoas acharem que o Autismo seja um "problema a ser resolvido" e não uma solução para uma sociedade mais diversa e justa. O problema é as pessoas verem no Autismo e nos Autistas um problema, não seres humanos como elas. O problema é as pessoas verem nos Autistas fardos a carregar, ao invés de os ajudar a enfrentar toda a pesada carga de preconceito e discriminação que enfrentam galhardamente . Estas pessoas sim, são o fardo que Autistas vem carregando. É este fardo os subestima, e subestimar um Autista é uma forma cruel de discriminação. Vejam a pessoa humana real por trás do Autista, e não verão um diagnóstico , verão um ser humano que tem qualidades e defeitos como todo mundo, mas cujas qualidades se destacam positivamente e causam admiração em quem tem sensibilidade e coração aberto para perceber.Ser Autista é tão natural quanto você que está lendo ser você mesmo(a). Ser Autista e tão natural quanto você ! Então, por que esperar discernimento das outras pessoas e não esperar dos Autistas?
Cristiano Camargo

quinta-feira, 19 de julho de 2018

O Faz de Conta que não é social como reflexo Autístico

O faz de conta que não é social como reflexo Autístico

Claro que crianças autistas sabem brincar de faz-de conta !Afinal, elas tem um mundo interno de Fantasia sofisticado que acompanhará a pessoa de criança a idoso, evoluindo e amadurecendo junto com ela.
Só que muita gente vem reclamar que criança autista não saiba brincar de "faz de conta" , e sabem por que?
Por que o "faz de conta" da criança autista , que ela quer e gosta e está acostumada a brincar (sobretudo com ela mesma) não é aqueeeeele "faz de conta" padronizado, convencional, imposto seja por adultos ou outras crianças (neurotípicas)!
Não é um "faz de conta" social, em que se deixa de criar o que se quer, o que lhe veio na mente para adotar o dos outros e se encaixar nos dos outros,, como em um quebra cabeças pré-determinado por quem propôs a brincadeira, pois não é (e nem deve ser) um "Faz de conta" social, muito menos para agradar a ninguém, é para se expressar e colocar o Mundo Interno de Fantasia para fora, é um "faz de conta" particular, singular, só dela, diferente de todos os outros e com orgulho de ser diferente!
Claro, muitos dirão:"- Ah, mas isto estraga a brincadeira,autistas não sabem brincar!"
Amigo(a), vem cá: Não é que Autista não saiba brincar, ele não quer. Sobretudo, ele não quer brincar do jeito que você quer que ele brinque, ele não quer brincar do seu jeito.E por quê?
Simples: por que ele já tem o jeito dele e ele acha o jeito dele melhor e mais divertido do que o seu!
Nunca parou para pensar nisto?É, é a lógica Autística, tão lógica, tão simples, que muita gente fica inventando mil teorias malucas mirabolantes complexíssimas nivel pós-doc, sem se atentar para uma resposta tão simples e que estava na frente do nariz, bem na cara o tempo todo,e depois que as pessoas entendem, se perguntam:como não percebi isto antes?
Não percebeu pq ficou perdendo tempo com visões patologizantes e espectristas do Autismo e não deu a devida dimensão humana a ele. Sobretudo, não perguntou ao próprio Autista, preferiu adivinhar junto aos seus diplomas- e o Autista lhe deu um baile !
Mas voltando a questão da brincadeira de faz de conta, esta nos Autistas não é social pq a Natureza Autística em si não é social,e não é pq não quer ser, não gosta de ser, e se considera auto suficiente e se basta a si mesma. Quando a gente se basta, deixa de procurar a si nos outros, e se conscientiza de que se est´completo, não precisa sair procurando quem o complete, e quando você se liberta de procurar a você mesmo nos outros e encontra em voc~e mesmo, você é mais feliz, mais independente, mais livre.Autismo é liberdade de ser quem você realmente é, por isto, uma decisão de se socializar é tão complexa e difícil de tomar para um Autista, pois se socializar significa perder uma parte de si para os outros , ou mesmo até, se anular.Por isto que tem Autista que quando decide por si próprio se socializar, o faz por uma pressão interna muito forte (por exemplo, uma necessidade de namorar, uma paixão avassaladora e irreprimível por alguém). Mas o que traz sofrimento, depressão e angústia a Autistas é a pressão, muitas vezes absurdamente forte e hostil, pela sociabilização, a sociabilização. E quem é feliz com uma multidão te cercando exigindo que você se socialize? Pode parecer aos outros que não seja assim, mas é como o Autista sente e interpreta esta pressão.E se ela for constante e sistemática, pode ocorrer de ele internalizar esta pressão- e aí o sofrimento será atroz !
A própria maneira da Sociedade de encarar a recusa ou falta de interesse/vontade em sociabilizar como se fossem sintomas ou doenças é uma forma cruel e sádica de pressão,muito desonesta e mal intencionada.É um mecanismo ditatorial de inferiorizar quem não lhe obedece e não é como quem domina quer que ele/ela seja.
E aí voltamos 'a brincadeira do "faz de conta" e descobrimos a mentalidade que está por trás desta brincadeira: impor a sociabilização por meio da mutilação do que você é, do como você quer, do que você pensa/imagina, em prol dos outros, em prol do planejamento de quem propôs e manobra a brincadeira de modo a chegar no resultado que quer, e ensinar a obedecer, se enquadrar, se encaixar no restrito modelo social, se submeter ao jugo da ditadura da maioria, pois o que cada um quer nada vale, só vale o que é imposto, pois socializar-se é dizer o que os outros querem ouvir, não o que se é, quem se é, o que se pensa. Então, não é doentio o Autista colocar um dinossauro num faz de conta em que todo mundo quer fazer de conta que é guerreiro ou princesa, ou querer que um helicóptero resgate Rapunzel da torre, ou querer que o Speed Racer chegue no meio da brincadeira de faz de conta que está na floresta procurando Chapéuzinho vermelho e a leve no carro para fugir do Lobo Mau.É apenas diferente, é criativo, é divertido. Uns podem achar que destoa da brincadeira e a estraga, outros, no entanto, poderão considerar que a brincadeira foi mais enriquecida e divertida, que a chatice da mesmice saiu por uma porta, e a infância de verdade entrou por outra, pois o verdadeiro faz de conta é o que a gente faz, o que a gente imagina, o que a gente quer, o que a gente é, o verdadeiro faz de conta é espontãneo, natural e criativo !

Cristiano Camargo

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Não mirem no inimigo errado !




Não é o Autismo que se supera, Autismo não é doença, nem síndrome, nem transtorno, nem desordem, nem disfunção, nem perturbação, nem condição, é uma Diferente Natureza de Ser , que faz parte da Diversidade Natural Humana !O que se supera são os obstáculos que muitos neurotípicos colocam de propósito na vida dos Autistas!Há muito que a Sociedade (especialmente a comunidade científica) é contra o Autismo e tenta combatê-lo, numa atitude eugenista e higienista padronizante, usando como instrumento a cruel e maléfica visão patologizante espectrista e infantilizadora do Autismo, com intenções explícitas de impedir o desenvolvimento e amadurecimento dos Autistas. Só que estão, com sua intolerãncia e preconceito, mirando no inimigo errado:o Autismo não é o inimigo, nem muito menos inimigo da Sociedade, o Autismo nada fez nada de mal para a Sociedade, pelo contrário, só contribuiu positivamente, com suas descobertas e invenções científicas e tecnológicas, como , por exemplo, a invenção do Computador e a Teoria da Relatividade.Com esta cruzada insana e irracional contra o Autismo, a Comunidade Científica e a Sociedade em geral só estão aumentando os Estigmas Sociais e o Preconceito contra o Autismo e , consequentemente, os Autistas, e sua exclusão da Sociedade , um total absurdo !Então, vamos parar de falar em "superar o Autismo", inclusive pq é justamente o Autismo que auxilia o Autista a SE superar, a se realizar e alcançar e conquistar seus sonhos e vamos enfim ser justos e bradar:Fulano(a) , Autista, se deu bem na Vida GRAÇAS AO AUTISMO !

Cristiano Camargo
 
 

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Os danos que a Visão patológica do Autismo causa a pais e Autistas






Hj eu vi uma postagem de um pai de Autista dizendo que para ele , não há dor maior do que o luto por um filho vivo.Isto me fez pensar no quanto de mal para Autistas, pais e mães, os maus terapeutas, os que chamo de terapeutas-geladeira, fazem, com suas visões patologizantes do Autismo !
Se todo(a) terapeuta, na hora de dar o diagnóstico, falasse a verdade sobre o Autismo, mostrando uma visão Positiva do Autismo, mostrando que ele é uma Diferente Natureza de Ser que faz parte da Diversidade Natural Humana, e não uma doença, uma síndrome, um transtorno, não haveria luto de mães e pais, que não sairiam mais abalados(as) nem traumatizado(as), nem precisariam de apoio psicológico ou mesmo acompanhamento psicanalítico para tocar a vida em frente e poderem continuar educando e criando os filhos Autistas, sem superproteções.
Os Maus Terapeutas deveriam se envergonhar de propositadamente incutir o terror na cabeça das mães e pais de Autistas, fazendo-as(os) sofrer desnecessáriamente!
O que estes Maus Terapeutas, com seus corações de gelo e sua insensibilidade pensam que mães e pais de Autistas são?Eles acham que elas/eles são masoquistas, por acaso?
Ninguém sofre por prazer,mas os Maus Terapeutas passam a impressão de serem sádicos e gostarem de fazer e ver Autistas, mães e pais sofrerem.
Será que não passa pela cabeça destes maus terapeutas que incutir o terror na cabeça de mães e pais de Autistas , além de fazer estes sofrerem a toa, produz uma insegurança tão grande na mente das mães e pais, que os leva 'a superproteção, algo extremamente danoso aos filhos, que aborta seu desenvolvimento, e infantiliza?Ou é esta mesma a intenção dos Maus Terapeutas:não deixar autistas se desenvolverem, ficarem infantilizados e dependentes para sempre, para ficarem consumindo remédios psiquiátricos e consultas pelo resto da vida?Até quando mães e pais e os próprios Autistas terão de arcar com as consequencias da irresponsabilidade e inconsequencia dos Maus Terapeutas?
Estão vendo o mal que faz a Visão Patologizante do Autismo, aos próprios Autistas , mas tb 'as mães e aos pais?
É preciso que a Visão Positiva do Autismo e a Neurodiversidade sejam muito mais divulgadas e difundidas, para que novas mães e novos pais não tenham mais luto, e
criar seus filhos com tranquilidade e paz, sem traumas, sem abalos, com amor e paciência, compreensão e aprendizado constante, enriquecendo suas vidas e as dos filhos.
Maus Terapeutas;Deixem o Autismo em Paz ! Deixem as mães e os pais em paz !Deixem os Autistas em paz ! Parem de mentir e tentar transformar o Autismo num filme de terror, algo que definitivamente o Autismo não é !
Vamos lutar por uma sociedade com mais bons terapeutas inclusivos adeptos da neurodiversidade e da visão positiva do Autismo, mais sensíveis e humanos, que vejam em nossos filhos autistas não mais como um diagnóstico ambulante, como seres humanos naturais , com sentimentos e com tanto direito de se desenvolver e se superar quanto os demais !

Cristiano Camargo

sábado, 30 de junho de 2018

As Preferências dos Autistas não são limitações !




Hoje eu vi no Facebook  uma postagem sobre um menino autista que gostava de usar bonés, e só usava de uma única cor e estilo.O menino não devia ter nem 12 anos de idade, a julgar pela foto, pequeno ainda.E lá dizia, pelo que entendi, que ofereceram a ele um boné de outra cor e ele finalmente aceitou e usou.Bom, na postagem, chamaram o fato do menino gostar de usar boné, e de ele preferir só uma cor e estilo, de limitação, e acharam que o fato de ele ter finalmente aceito usar um boné de outra cor, de superação.
Não, não é uma limitação e não é uma superação e não tem nada de mais. É preciso entender que esta é uma preferência pessoal natural, que todas as pessoas tem direito de ter, e que os Autistas também tem direito de ter sem que esta preferência seja chamada de limitação!
Oras, quanta gente não-autista adulta não usa boné por aí em tudo quanto é lugar, tudo quanto é ocasião?Está cheio por aí!E por que ninguém chama isto de limitação?Pq são não-autistas, pq se fossem, seriam chamadas de limitações, entendem o que quero dizer, e o que há por trás disto?
O que dizer então de gente não-autista adulta que usa óculos escuros dentro de shoppings ou outros lugares fechados e bem iluminados?Então, as preferências pessoais, se forem de não-autistas, serão chamadas de manias, e se forem de autistas serão chamadas de limitações?Por que a diferença no tratamento?
Preferências pessoais não são manias nem limitações, e aceitar uma nova cor, um novo estilo, não é nenhuma superação, é algo natural, as pessoas tem direito de fazer opções-ou autistas agora deixaram de ser pessoas para serem diagnósticos? Se é preferência e não limitação, não é superação, ou estaremos chamando autistas de sub-humanos.
E por que é dado aos não autistas o direito de escolha, de preferência, ainda que a mesma persista por anos a fio, sem chamar esta preferência de limitação ou restrição, e aos Autistas não é dado este direito, e sim um dever de ser obrigado a gostar de tudo sem poder recusar nada, sem poder preferir nada, sem que esta preferência seja desqualificada como limitação ou restrição?Quem a Sociedade pensa que Autistas são?Pessoas ou Diagnósticos?Agora então nós Autistas temos de lutar para deixarmos de sermos considerados diagnósticos vivos para passarmos a sermos reconhecidos pela sociedade como Pessoas Humanas?Para subir nosso status social para Humanos? E por acaso Diagnóstico é status social?Por acaso Diagnósticos respiram, comem, bebem, tem sentimentos e personalidades?Olha o nível de absurdo que a visão patologizante do Autismo chega !
Preferências não são nem manias , nem limitações , nem restrições, e precisam ser respeitadas como preferências, vamos parar de chamá-las de manias, de limitações, parar de impor esta regra absurda de Autista ser obrigado a aceitar sem questionar absolutamente tudo o que lhe for oferecido, e se não aceitar é ingrato, é limitado, é restritivo. Isto não está certo. Se autista gosta de boné, dinossauro, marca de carro, cor, trem, avião, etc, não basta apenas respeitar a escolha dele e deixar ele gostar do que quiser e usar o que quiser, vamos tratar esta escolha dele como preferência, algo sadio e a que todas as pessoas tem direito, vamos humanizar nosso olhar sobre o Autismo, pq o simples e gélido olhar clínico patologizante faz mal para os Autistas e para as famílias dos Autistas e para todos que lidam com ele, pois negam a condição humana saudável ao Autista, retirando esta condição dele e colocando outra artificial, o rótulo , o código de barras, a marca em brasa pregada na testa de Diagnóstico, que ainda precise provar que é...GENTE !

Cristiano Camargo

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Alguns Esclarecimentos sobre Autismo Adulto

Vamos aos fatos e 'a realidade que necessitam ser esclarecidas para que equívocos sejam evitados, então cabem as seguintes orientações didáticas a ensinar a vocês: 
1) TEA não existe, o que existe é o Autismo, pois autismo não é transtorno e sim uma diferente Natureza de Ser e TEA é um termo que deve ser evitado, pois é altamente patologizante, estigmatizante e psicofóbico; 
2) Não existe autismo leve, nem moderado, nem severo, nem existe espectro, existe a Neurodiversidade, onde o Autismo é infinitamente diverso e variável, e cada autismo é único, singular, cada um com suas características igualmente variáveis, mas todas positivas, e não podem ser comparadas entre si, e como classificações e categorizações são comparações, as regras da Neurodiversidade proíbem terminantemente falar em espectros ou ficar fazendo classificações, então vamos deixar de lado o elitista, segregador e psicofóbico espectrismo, que cria castas mentais, e que tal adotarmos a democrática e moderna Neurodiversidade?
 3)"Alta Funcionalidade/Baixa Funcionalidade ": Autistas são gente, não são máquinas para "funcionar" ou não. Esta é outra classificação patologizante, psicofóbica, espectrista, criadora de castas mentais, que separa "quem merece as melhores chances" e "quem não merece nenhuma". Isto é falso, não existe! Todos os Autistas, rigorosamente todos, tem seus potenciais e capacidades plenos a serem aproveitados, e só necessitam de estímulo e fé nas suas capacidades-todos, em diferentes velocidades, podem chegar 'a realização pessoal plena se as pessoas que lidam com eles acreditarem neles e lhes der as chances adequadas; 
4) Não há como se debater Autismo Adulto sem discutir a Imagem Pública do Autismo, e do Autista, sem debater como deve ser construída e mantida uma Imagem Pública Positiva do Autismo e dos Autistas.

Eis que pois, então, tudo isto posto, fazer o grande público amar e admirar o Autismo, sem isto, nenhuma Inclusão acontece, sem isto, dificulta-se sobremaneira o desenvolvimento dos Autistas desde a infãncia até a idade adulta sobremaneira, então penso que a Imagem Pública do Autismo deveria ser, em minha opinião, o cerne da questão de qualquer debate sobre Autismo Adulto, por ser a questão mais importante, pois a partir dela, tudo se origina e se consegue.Afinal, a Imagem Pública do Autismo será a Imagem Pública do Autista Adulto, a chave para ele ser incluido e inserido na sociedade e para a retirada de obstáculos sociais que a sociedade coloca na vida dos Autistas tentando limitá-los e excluí-los.

Cristiano Camargo

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Autistas e seus interesses


Autistas não tem interesses "excessivos", nem "exagerados", nos assuntos que gostam.Nem tampouco se pode falar que tais interesses sejam doentios, manias ou obstinações a serem "curadas".Autistas tem sim, um interesse maior do que de outras pessoas nos assuntos que gostam, os quais, em geral, não costumam ser dos assuntos mais corriqueiros ou prosaicos.Mas isto é algo natural, faz parte da Natureza Autística, o gosto pela fantasia, pela exploração, a tremenda curiosidade.
Pelo contrário, podemos dizer que não são os Autistas que tenham interesses exagerados e sim que são um grande número de normotípicos que tem interesse apenas superficial nos assuntos que gostam.
Esta curiosidade e vontade de explorar a fundo os assuntos de interesse são saudáveis e advém do autodidatismo típico autista ("auto" de autodidadta, "auto" de Autista, aquele que se faz por si mesmo, ou seja, autodidata).
Portanto, não é nada de "anormal", é natural , pois faz parte da diversidade humana, assim como o Autismo é uma das tantas diferenças que fazem parte da diversidade natural humana.
Então, chamar tais interesses de exagerados, excessivos, é no mínimo um desconhecimento sobre a Natureza Autistica e mesmo da Natureza Humana.
Afinal, foram tais "interesses excessivos" que levaram 'as grandes descobertas científicas da Humanidade, que, se não tivessem o autodidatismo e a perseverança de mergulhar fundo nos assuntos, explorar e aprender, no afã de levar os conhecimentos para além das fronteiras conhcidas, tais descobertas não teriam sido feitas e ainda estaríamos vivendo como vívíamos no tempo dos Neanderthal !
Eis que pois, muitas vezes, estudiosos do autismo chamarem tais interesses de "exagerados", "excessivos", etc, provém de uma mentalidade patologizante e reducionista, cheia de preconceitos, discriminações, e suporte a Estigmas Sociais propositais, é uma forma, sem dúvidas, de capacitismo e psicofobia.
Então vamos curtir e incentivar os interesses dos Autistas em dinossauros, carros, caminhões, trens, aviões, navios, submarinos e tantos outros assuntos que eles amam de paixão-inclusive por que tais interesses podem refletir a escolha profissional de carreira deles no futuro, estes interesses revelam e são seus sonhos a realizar, é a motivação que os fazem felizes, então vamos lá dar a maior força para eles em seus interesses e deixemos este bando de doutores chatos que ficam colocando defeitos em nós o tempo todo e sejamos felizes !

Cristiano Camargo
 
 

sexta-feira, 30 de março de 2018

A Banalização da doença como forma de discriminação das Diferenças


A Banalização da Doença como forma de discriminação das Diferenças

Numa Sociedade onde tudo é doença,
Ninguém mais é saudável,
Inclusive e principalmente
Quem aos demais chama de doente,

Ter dó dos que julga inferiores
Não te faz sensível nem afável,
E sim falsamente amável,

Com ódio no coração e amor nas palavras,
Na verdade toda esta falsidade,
Te faz um Dominador insaciável,

Não queres Inclusão e sim supremacia,
Incluir como doente é uma forma de Exclusão,
Onde todos que lhe são coniventes,
Chafurdam covardemente na Hipocrisia !

Hoje em dia tudo é doença, numa miríade sem fim de síndromes, transtornos, desordens, disfunções, perturbações, todas apresentadas como se fossem aberrações psiquiátricas, que levam os manuais de doenças psiquiátricas a ficarem cada vez mais volumosos e cada vez mais difícil conceituar o que seja uma pessoa “saudável” .Tudo isto alavanca uma indústria  a prosperar e lucrar alto mesmo nas piores crises, aliás, quanto mais a crise, maior a proliferação de novas e mirabolantes “doenças”.
A pessoa é tímida? É doente !
A pessoa não gosta ou não quer se socializar ou interagir socialmente?É doente !
A pessoa tem trejeitos diferentes, faz movimentos circulares, repetitivos ou gosta de manipular ou brincar com objetos com movimentações circulares e/ou repetitivas?É doente!
A pessoa é distraída?É doente?
A pessoa não quer saber de relacionamentos amorosos e/ou sexo?É doente !
A pessoa é calada, ou não quer verbalizar, ou não verbaliza no tempo que a Sociedade ditou como saudável? É doente !
A pessoa tem um Mundo Interno de Fantasia?É doente!
A pessoa tem um processo de desenvolvimento e de aprendizado/amadurecimento diferente das demais? É doente!
A pessoa é diferente de você ou do que você gostaria que ela fosse?É doente !
Se você vê doença em qualquer destas coisas e passa a se referir ‘a pessoa como um diagnóstico e não mais como a pessoa humana, o problema , a doença , não está na pessoa, está em você.
Se você vê doença em qualquer coisa  ou qualquer pessoa que não seja igualzinha a como você é, que não se comporte igualzinha ao seu comportamento , em quem não tem hábitos, culturas,trejeitos, costumes, valores, ideologia, cor de pele, gênero, natureza iguais aos seus/suas, o problema, a doença não está na coisa ou na pessoa, está em você!
Se você só é capaz de ver as Diferenças como doenças, síndromes, transtornos,  desordens, disfunções, alterações, perturbações, é olha para a pessoa diferente de você e só vê nela um diagnóstico e só consegue se referir a ela como um diagnóstico, o problema , a doença, está na pessoa para a qual você aponta seu dedo acusador, está em você !
Se você só consegue ver as Diferenças como Diagnósticos, e não como Naturezas de Ser, o problema não está na Diferença, está em você!
Se você não consegue  ver as Diferenças como doenças e não como uma Diversidade natural da espécie humana, o problema não está na Diferença, está em você !
O problema não é a Diferença. O problema não está na Diferença, nem na Diversidade, está na Sociedade excludente, que não aprendeu a lidar com o que não lhe é espelho, e que por isto mesmo espelha sua ruína, sua falta de caráter, seus vícios, seus defeitos, sua corrupção, sobretudo de valores, sua falta de empatia e sensibilidade, enfim, sua doença.
E a doença a que me refiro não é uma doença psiquiátria, não está em nenhum DSM  ou CID. É uma doença de caráter, cujos sintomas são falta de sensibilidade, empatia, de democracia, de inclusão, de tolerância,de altruísmo, de honestidade, honra , e seus reflexos são medonhos:Estigma Social, Preconceito, Intolerãncia, Discriminação, Exclusão.
Se ser doente é ser Diferente e ser saudável é ser igual, padronizado, a Sociedade não é mais humana, é uma sociedade artificial, de monstros, é uma Ditadura Opressora que impõe  a ferro e fogo  o devaneio pernóstico e ilusório da “Normalidade”- uma ficção que não existe, nem nunca existiu, mas que muitas pessoas sentem uma necessidade imperativa de acreditar que exista.
E por que chamar tudo de doenças, síndromes, transtornos, disfunções, etc? Para lotar consultórios e vender mais remédios?
Somos gente ou somos consumidores? Existimos como propósito único de consumir e produzir para o Mercado, ou para sermos felizes, vivermos emoções, alegrias, realizações ?
Isto é ser saudável? É isto que é ser “Normal”?

Cristiano Camargo

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Autismo e a Ditadura da Normalidade





Os  que se pensam Iguais ostentando o rótulo de “Normais” tem horror a ver sua padronização resultante de sua busca por similaridades no espelho que nós Autistas mostramos a eles. Faz parte da Natureza deles tentar encontrar a si nos outros e encontrar pontos  em comum buscando identificarem-se uns com os outros no procedimento da interação social. Isto ocorre por que existe uma crença há muito arraigada, de que só é possível a interação social se ambas as partes forem semelhantes entre si e  que a cooperação social só se faz mediante o corte das diferenças buscando alcançar um padrão comum teórico-é a busca da “Normalidade”.Assim, o chamado “consenso” nada mais é do queo brutal corte das aparas e arestas para aparências , opiniões, pontos de vista, para o bem da concordância, quanto mais iguais forem, pensam eles, mais eficientes ficam as relações sociais e a própria  Sociedade.
E por que buscam uma igualdade?Pelo mesmo motivo que os Autistas buscam seu Mundo Interno de Fantasia: Previsibilidade!
A Previsibilidade é segura, é confortável, é cômoda, então, se um “Normal” encontra outro “Normal” e o segundo “Normal” age , reage e se comporta como espera o outro “Normal” (e como esperam todos os demais “Normais” também), ou seja, de forma considerada pelos “Normais” como “Normal”, sabe-se exatamente o que esperar dele e pode se planejar a reação do primeiro do jeitinho que a Sociedade espera que ele reaja.Isto dá aos dois, e a todo o resto, uma sensação de segurança, de saber até onde se pode e deve ir, com o conforto da certeza de que não terá surpresas nem improvisos. Até parece que estou falando de Autistas, não?Mas estou falando aqui de normotípicos!
Não são então parecidos, cada um a sua maneira? São, claro que são, oras, tudo isto é naturalmente...Humano !
Porém, esta similaridade, esta padronização, é uma ilusão, é uma busca impossível de ser alcançada, pois o Ser Humano é extremamente Diverso em sua Natureza.
E os Autistas, também tem sua busca? Tem ! Mas, embora possa se assemelhar na questão da busca de uma Identidade, é diferente, por que é uma busca pelo Diferente, ou melhor, é mais complexo que isto, é buscar nas Diferenças suas semelhanças.Parece ilógico, sem sentido, incoerente, non sense talvez? Não é uma busca para encontrar a si no outro, mas encontrar no outro uma identificação com uma Natureza em comum, a Natureza Autística, que, paradoxalmente, embora se expresse e se mostra com tamanha diversidade e variedade, existe algo nela, subjetivo mas intrínseco, que os une, com a qual se identificam e pela qual sabem que não estão lidando com um “normal”, mas com outro Autista- e este algo mais, este detalhe, varia intensamente de indiivíduo para indivíduo, mas de algum modo, nós sabemos , sentimos, quem é Autista e quem não é.
As pessoas  não autistas estão tão acostumadas a serem “normais” (e “normalizadas” pelas demais) , que isto para elas é normal, foram  assim condicionadas pela sociedade.
Então não entendem nosso orgulho de sermos diferentes, e eles nos chamam de normais achando que é elogio, por entre eles e no meio deles é elogio mesmo.
Mas não para nós, para nós é ofensa !
Na verdade não entra na cabeça deles como alguém pode achar ofensa ser chamado de normal, pois eles tentam inutilmente encontrar em nós mais um deles, inclusive porque a busca deles tem como componentes importantes a vaidade e o ego- e a nossa , não. Não procuramos as pessoas para nos compararmos a elas afim de satisfazer o ego e a vaidade. Não que não tenhamos , claro que temos, somos humanos como todas as outras pessoas, mas para nós não tem a mesma dimensão de importância, embora isto também varie muito.
Estão  então os normotípicos acostumados a se verem refletidos uns nos outros,só não somos reflexos deles, não existimos para refletir de volta a eles o ego deles, nem para sermos comparados com eles.
O que os deixa com raiva é que refletimos a similaridade deles e não um reflexo de como se interpretam; e mais, subversão das subversões: mostramos a eles que é possível ser diferente! E que é possível um relacionamento harmonioso entre diferentes sem necessitar de cortar aparas, de moldagens, sem precisar ser colocado e se encaixar dentro de fôrmas sociais para a interação dar certo. Parece paradoxal, inconcebível, mas é possível a cooperação sem um consenso imposto ao qual se adaptar!
Isto rompe totalmente com a mentalidade de culto as similaridades, expõe a Ditadura da Normalidade a quem eles servem, mostra como os mecanismos sociais ralmente funcional e-mais temido- mostra que eles não funcionam como se fora alardeado, e que este funcionamento pode ser bem cruel e nada belo, revelando os sacrifícios pessoais que foram necessários para se chegar aos resultados desejados pela Sociedade, e que nem sempre coincide com as necessidades pessoais de cada pessoa. Aparar arestas, cortar rebarbas, se anular ou mesmo se rejeitar, mas mal, muito mal, e pode-se estar sendo feliz achando que , apesar de tudo, se está sendo feliz. Amarga Ilusão !
Então, sempre existem normotípicos que tentam nos enquadrar tentando nos convencer que sejamos iguais a eles nos chamando de normais, fingindo que não percebem nossa diferença, mas percebem- e sempre há os que a invejam!
Tudo isto me faz lembrar uma cena que o grande Joseph Campell descreveu em sua série “O Poder do Mito”, em que ele presenciou uma família tendo uma refeição em um restaurante, e  em que o pai disse para a mãe  na presença do filho:
“-Eu sofri muitíssimo no meu passado, na minha vida, do mesmo jeito que meu pai sofreu,, meu avô, meu bisavô, por que só meu filho não pode passar pelo mesmo que nós passamos?Por que só ele tem de ser diferente de todos nós, se tudo o que passei foi passado de geração em geração!Eu sou como meu pai e ele tem de ser como eu sou !Por que eu olho para ele e vejo a mim como criança ! Assim como meu pai me viu, meu avô viu meu pai, e assim por diante...Então, eu não entendo, por que ele não pode ser como eu?”
Isto diz muito de como muitos normotípicos nos veem...

Cristiano Camargo